Uma das motivações para elaborar a recomendação é a
preocupação de que a escola reproduz a desigualdade, desde os livros didáticos
até os procedimentos de avaliação
27 de Agosto de 2013 às 15:56
Agência Brasília - O documento que orientará o trabalho dos
professores dentro das salas de aula em temas que farão parte do conteúdo obrigatório
da educação básica, como direitos da mulher e questões de gênero, foi publicado
hoje no Diário Oficial do Distrito Federal.
"Estas articulações usam como pano de fundo o
"II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres", que busca promover
a transformação do ensino nacional rumo a uma educação inclusiva e não sexista.
É o Estado reforçando a sua política pública em promoção e defesa dos direitos
das mulheres", revelou Olgamir Amancia, secretária da Mulher do DF.
Uma das motivações para elaborar a recomendação é a
preocupação de que a escola reproduz a desigualdade, desde os livros didáticos
até os procedimentos de avaliação.
A partir de agora, todas as instituições de ensino
público e particulares deverão atuar em sintonia com os órgãos responsáveis
pelas políticas de direitos da mulher e outros assuntos relacionados a questões
de gênero.
O documento, produzido pela Secretaria da Mulher e
pelo Conselho de Educação do DF, trata da Lei Maria da Penha, direitos da
mulher, convenções de direitos humanos nacionais e internacionais e eliminação
de todas as formas de violência contra as mulheres.
"Conforme preconizado pela Lei Maria da Penha
e por alguns tratados universais, cabe à família, à sociedade e ao poder
público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos da
mulher. Nesse contexto, as instituições de ensino assumem um valor fundamental
no sentido de se tornarem agentes efetivos contra a desigualdade de
gênero", ressaltou a secretária de Estado.
INTEGRAÇÃO – Paralelamente à recomendação, a Secretaria da
Mulher realiza, em parceria com a Coordenação de Educação em Diversidade
(CEDIV) da Secretaria de Educação, o projeto "GDF Fazendo Gênero na
Escola", cuja proposta é reunir a comunidade escolar para reforçar a
importância da educação não sexista.
Durante os encontros, a Secretaria da Mulher
estabelece um debate com os alunos, professores, diretores e pais para reforçar
que a violência contra as mulheres não está limitada a uma cultura, uma
região ou um país, nem a grupos de mulheres em particular dentro de uma
sociedade.
"As raízes da violência contra as mulheres decorrem da discriminação persistente
contra elas, advindas da cultura patriarcal e machista", lembrou a
secretária.
O objetivo da Secretaria da Mulher é realizar 40
edições do projeto até o fim de 2013 e abranger as escolas públicas e
particulares locais.
Até julho, foram realizados 13 encontros, que
atingiram mais de 500 membros das comunidades escolares do sistema público de
ensino do GDF.
A proposta da pasta é que, ao final do projeto,
seja lançado o livro Cartas das Educadoras e dos Educadores do GDF sobre gênero
e sexualidade, que servirá como um instrumento de trabalho permanente e
representativo da cultura de gênero de todas as Coordenações Regionais de
Ensino do DF.
Outra iniciativa importante é a elaboração do
material "Jogo da Mulher", que é uma forma lúdica de promover a
equidade de gênero, os direitos das mulheres, os valores da emancipação e os serviços
especializados de atendimento à mulher vítima de violência.
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