Brasília -
No dia em que a Lei Maria da Penha completa seis anos de existência, o
Disque 180 registrou 2,7 milhões de atendimentos de 2006 a 2012. Desse
total, 329,5 mil (14%) eram relatos de violência contra a mulher
enquadrados na lei. A maioria (60%) foi pedidos de informação. Os dados
são da Secretaria de Políticas para as Mulheres, responsável pelo disque-denúncia, divulgados nesta terça-feira na abertura do Encontro Nacional sobre o Papel das Delegacias no Enfrentamento da Violência contra as Mulheres.
No primeiro semestre de 2012, foram registrados 388,9 mil atendimentos,
dos quais 56,6% (47,5 mil) foram relatos de violência física. A
violência psicológica aparece em 27,2% (12,9 mil) dos registros no
período. Foram 5,7 mil chamadas relacionadas à violência moral (12%),
915 sexual (2%) e 750 patrimonial (1%). Os dados revelam ainda que em
66% dos casos os filhos presenciam as agressões contra as mães.
Os companheiros e cônjuges continuam sendo os principais agressores
(70% das denúncias neste ano). Se forem considerados outros tipos de
relacionamento afetivo (ex-marido,
ex-namorado e ex-companheiro), o percentual sobe para 89%. Os parentes,
vizinhos, amigos e desconhecidos aparecem como agressores em 11%.
Das unidades federativas, o Distrito Federal registrou o maior número
de denúncias de violência contra a mulher no primeiro semestre do ano -
625 para cada 100 mil mulheres - seguido pelo Pará (515) e pela Bahia
(512). Os que menos receberam ligações, no mesmo período, foram Amazonas
(93), Santa Catarina (156) e Rondônia (173). Em 2011, os estados que
lideravam o ranking eram Bahia, Sergipe e Pará.
A secretária da Mulher do Distrito Federal (DF), Olgamir Amância
Ferreira, justificou a grande quantidade de denúncias porque as mulheres
estão procurando mais o serviço de atendimento. No DF, são recebidas 15
denúncias por dia. “Elas têm acesso à informação e sabem da existência
de suporte como casa abrigo, centro de referência e núcleo de
atendimento, o que faz com que se sintam mais fortalecidas e empoderadas
e denunciem”, disse.
O governo distrital inaugurou nesta terça-feira um Centro de Referência
de Atendimento à Mulher (Cram) na 102 Sul, próximo à estação do metrô. A
localização foi escolhida pela grande circulação de pessoas e para
facilitar o acesso das mulheres à rede de proteção.
Participam do evento as ministras Maria do Rosário (Direitos Humanos),
Luiza Bairros (Políticas de Pormoção da Igualdade Racial), Eleonora
Menicucci (Políticas para as Mulheres) e o ministro Gilberto Carvalho
(Secretaria-Geral da Presidência da República), além de juízas,
promotores e delegados.
As informações são da Agência Brasil
As informações são da Agência Brasil
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